quinta-feira, 18 de julho de 2013

A Recuperação do Alcoolista



Parar de beber é acontecimento marcante na vida de qualquer alcoólico em recuperação. Quando associado ao dia que buscou ajuda de um Psicólogo ou em A.A., o aniversário deste dia é motivo para comemoração do alcoolismo ou de qualquer doença crônica de dependência, não é apenas um episódio limitado no tempo, e sim, um processo mais ou menos lento, em constante evolução no dia a dia que exige reformulação interior sem data marcada para terminar e que pode ser modificada ou interrompida a qualquer momento. A recaída é um processo de recuperação que pode terminar nela, a menos que seja detida a tempo. Em qualquer doença crônica acontece a mesma coisa. Cito: diabéticos, hipertensos, reumáticos, são exemplos que interrompida o processo de recuperação iniciam assim um processo de recaída, o que vai levá-lo a situação anterior ou a morte. O alcoolismo é uma doença que começa com a dependência química, levando o indivíduo a beber intensa e abusivamente, atingindo a área física contínua a um gradual processo de adoecimento e levando a perder seus valores éticos morais (físico, psíquico e espiritual). Na doença do alcoolismo não existe cura, no entanto é possível retornar a uma vida plenamente normal, desde que se disponha a agir dentro de um processo de recuperação, devendo agir dentro das três fases do rumo natural da dependência:
1ª) recuperação física – abstenção total do uso do álcool;
2ª) recuperação emocional – aceitação, ir com calma, aceitar ajuda, dividir e escutar;
3ª) recuperação espiritual – recuperar e criar novos valores éticos e morais com o objetivo de se amar e aos seus semelhantes, passando a ter um modo de vida sóbrio.
Para passar por essas três fases o doente dependente necessita muitas vezes da ajuda do Psicólogo, e não raro também, ajuda especializada de um Psiquiatra  para vencer as dificuldades e enfrentar todos os problemas dos quais se fugia. É no inicio da recuperação que se tem muitas dificuldades. Cito: a admissão, concentração, nervos a flor da pele reagindo com raiva, egocentrismo, inquietudes, culpas, medo,orgulho, grandiosidade etc. Creio que durem de dois a três meses para superar o sistema nervoso. Passada as três fases é fundamental para o dependente entrar em ação para vencer mais uma barreira, que é o seu inventário moral. Isto significa mexer nos fantasmas arquivados naquele baú da sua mente. Confrontar-se com a realidade do seu “eu” verdadeiro, descobrir virtudes e defeitos não suspeitados, enfim, iniciar uma mudança no seu comportamento, atitudes e valores.
Tudo isso desencadeia sempre reações humanos e naturais, medo e insegurança. Às vezes o organismo apresenta sinais de estresse. O alcoólico é ainda muito sensível. Por isso sempre dizemos “vá com calma”, é necessário que exista uma estrutura emocional mínima já equilibrada para se obter um resultado. O melhor é conhecê-lo e reconhecer sua existência, motivar e em seguida fazer a avaliação real, se não está nas fantasias da mente, e finalmente enfrentá-lo. O inventário é fundamental para não regredir e vencer todos os obstáculos.
Agora existe um “norte”, um rumo a seguir. Passa a ver sua vida e o mundo que o cerca de modo mais equilibrado. Aos poucos o álcool deixa de ser visto como possível solução para resolver problemas, e passa a não ter muita importância em sua vida. É o estado que chamamos valorizando a sobriedade.
O alcoólatra em recuperação jamais deve deixar de comparecer a consulta com seu Psicólogo e às reuniões de alcoólicos anônimos, sendo que nelas encontram-se  valores éticos e morais, impedindo-o de deixar o passado voltar.


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