terça-feira, 16 de julho de 2013

O Alcoolismo

O ALCOOLISMO
O consumo de bebidas alcoólicas é o hábito social mais antigo e disseminado entre as populações. As justificativas para o seu consumo são as mais diversas possíveis, sendo atribuídos efeitos calmantes, desinibitório, afrodisíacos e estimulantes do apetite. A partir do século XX, foram realizados estudos sistematizados para avaliar os problemas que o consumo exagerado de bebidas alcoólicas acarreta nas populações (CARDIN et al., 1986; BERRIDGE, 1990; VALLE, 1998). No ano de 1990, estimou-se que cerca de 5% das mortes de pessoas com idade entre cinco e vinte e nove anos ocorreram pelo uso do álcool, além do óbito, a invalidez permanente em indivíduos jovens é uma grave consequência do consumo exagerado de bebidas alcoólicas (JERNIGAN, 2001).

Alcoolismo ou “Síndrome da Dependência do Álcool” é uma intoxicação aguda ou crônica provocada pelo uso excessivo e prolongado do álcool, sendo o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcóolicas seguido de todas as consequências. Alcoolismo é uma doença progressiva, incurável e fatal se não tratada a tempo. É caracterizada por compulsão, perda de controle, dependência física e tolerância ao álcool, podendo promover doenças físicas, loucura ou morte prematura, fazendo com que o alcoólico se envolva em situações psicossociais desagradáveis, como por exemplo, desestruturação familiar, desestruturação psíquica, solidão, crime e marginalidade (RODRIGUES, 2004).
Tornar-se usuário crônico de álcool e drogas é também ser alvo de um olhar que segrega e não acolhe, que afasta entes queridos que com ele não compartilham o hábito compulsivo e crônico de fazer uso de uma substância entorpecente. Muitas vezes, sem nem mesmo se dar conta disso, o indivíduo se isola em sua atitude dissidente. Cada vez mais envolvidos e dependentes, muitos usuários crônicos, que se mantêm neste status, retroalimentam sua motivação por um constante novo consumo. A vivência das reações psicológicas e fisiológicas, provocadas no organismo, a partir da ingestão de algumas dessas substâncias, constituirá algo a ser fundamentalmente buscado, para os iniciados e expostos a determinado tempo de abuso. Mesmo em detrimento dos possíveis efeitos negativos advindos do consumo prolongado – complicações no campo afetivo, familiar, laboral, financeiro e eventualmente criminal – indivíduos constroem um repertório de busca por prazer e desalentada frustração com as drogas.
Originalmente o conceito de vício estava vinculado em sua quase totalidade à dependência química, ao álcool ou a drogas de vários tipos. Uma vez incorporada pela medicina, a ideia foi definida como uma patologia física: o vício neste sentido refere-se a um estado do organismo (GIDDENS, 1993, p. 83).
Para a Organização Mundial de Saúde (1993), dependência química trata-se de uma gama de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos, nos quais “o uso de uma substância ou uma classe de substância alcança prioridade muito maior para um determinado indivíduo que outros comportamentos que antes tinham valor” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1993, item F10), ou seja, fala-se de dependência quando se adquire um padrão de uso de substância psicoativa que causa dano à saúde. O dano pode ser físico (como nos casos de hepatite decorrente de autoadministração de drogas injetáveis) ou mental (p. ex., episódios de transtorno depressivo secundário a um grande consumo de álcool) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1993, item F10).

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