ASPECTOS DO ALCOOLISMO
Por Marcus Vinícius Santos
Psicólogo
O alcoolismo se caracteriza pela perda
da liberdade entre beber e não beber; de escolher onde e como consumir; o que
leva à elaboração de um modo de ser no qual a realidade externa e o outro
perdem consistência. A grande maioria das pessoas desconhece a doença do
alcoolismo, inclusive no mundo médico. No entanto rara é a família que não tem
ou teve um de seus membros alcoólatras, ou bebedor problema. Os alcoólatras
mais comuns são aqueles de finais de semana, que alias começam a beber na
sexta-feira e só param no domingo, o que acaba em pileques frequentes. Essa
tendência de beber mais começa na quarta-feira ou depois de curar a ressaca da
última embriaguez. Algumas vezes, o constrangimento causado pela reflexão dos
atos feitos enquanto ébrio, pode tornar-se elemento motivador para voltar a
consumir o álcool, agravando o desequilíbrio emocional do sujeito e reforçando
a condição de bebedor problema. A autoestima começa a entrar em processo de
decadência, o vicio nada mais é que um sintoma dessa terrível doença, não
existe formula mágica nem científica para o bebedor problema parar de beber, a
única maneira de interromper o processo destrutivo e decadente é o desejo
sincero de abandonar a bebida e evitar o primeiro gole. Há casos crônicos em
que é necessária a hospitalização para recuperação do corpo e da mente, os
acompanhamentos psicológicos tem se mostrado como grande contribuição no
equilíbrio emocional do bebedor - problema, antes e depois de abandonar a bebida.
Apesar do
desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado
uma droga psicotrópica, pois ela atua no sistema nervoso central, provocando
uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para
desenvolver dependência. O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem
seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos
pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais
drogas.
A transição do beber moderado ao beber
problemático ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva
vários anos. Alguns dos sinais do beber problemático são: desenvolvimento da
tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez maiores quantidades de
álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento da importância do álcool na vida
da pessoa; a percepção do "grande desejo" de beber e da falta de
controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência (aparecimento de
sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da
ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência. A síndrome de
abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou parada brusca da
ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo crônico. A síndrome
tem início 6-8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo caracterizada
pelo tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrointestinais, distúrbios
de sono e um estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% dos
que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência severa ou
delirium tremens que, além da
acentuação dos sinais e sintomas acima referidos, caracteriza-se por tremores
generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e espaço.
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